sexta-feira, 19 de novembro de 2010

em honra ao mérito

O sangue alheio não incomoda os servos da guerra
Que resumem em números as mortes deixadas pra trás,
Que deixam em chamas o alvo escolhido
E transformam em ruínas o caminho trilhado

O brilho da glória escurece a visão
Que "justifica" a incoerência de um povo cego
Há ultrapassar barreiras, há conquistar fronteiras
Em nome de uma ordem unilateral

O medo da morte paralisa a ação
Que "justifica" a fragilidade de um povo fraco
A deixar de lutar, a se entregar
Pela esperança da vida em uma guerra perdida

A se ajoelharem diante do poder
Em honra ao "mérito"
De não serem as próximas
Vítimas da história

A se ajoelharem diante da história
Em honra ao "mérito"
De não serem os alvos
Da ostentação do poder

Um comentário:

  1. Eu li num desses livros de História que numa guerra não morrem milhões de pessoa, mas que morre um jovem que tem namorada, uma pessoa que gosta de macarrão, outro que gosta de ir no cinema, e achei interessante que isso realmente impressiona mais um número.
    Legal seu texto.

    Beijo

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