quinta-feira, 24 de março de 2011

no canto do sol

Onde se vê, com calma o abutre espreitando sua caça
Onde a chuva apodrece as tábuas
Muquiado a pedra queima, inala
Vacilou na quebrada dorme na vala!

Um rosto afoito de quem implora a vida
Algum sabor na velha carne ferida
No canto do Sol a trégua é velada
Apenas por sangue, ódio, rajada

No canto do Sol não tem perdão
Se não tiver respeito, já era Jão!
Pra casa cair é um-dois
Porque a dívida nunca fica pra depois

Não adianta ajoelhar, não tem conversa
As preces aqui não chegam ao céu
Quando o dia amanhece o Sol ilumina
Pelos buracos de bala o sangue do réu.