domingo, 21 de abril de 2013

De quem carrega o peso do mundo

Nasci condenado a dar espetáculos de sangue                     
Cresci onde a inocência moral é perdida com pólvora na mão
Pra anunciar o bangue, alertar a gangue, os irmão,
Que de ferro na mão não pensam em trégua velada, nem paz anunciada.

Carreguei o peso do mundo a cada terror
Nunca sorri ao enfiar o cano em nariz de doutor
Chorei e rezei pedindo o perdão não merecido pro nosso senhor
Sonhei com sorrisos, amor e de baixo do braço uma maleta de trabalhador

Mas acordei com a maleta do avião
Mais uma fita dada pra cumprir com apetite
Seguindo ligeiro pra tentar mudar a estatística
De não ser só mais um moleque que não chega aos vinte

Só que estatística é estatística
E eu sou só mais um protagonista
De outra história que se repete,
De um destino trilhado à risca...

Recebo meu punhado de terra e o caixote de papelão
Pra cobrir o corpo desfigurado de balas
Só mais um indigente, pobre, ladrão...