O sangue alheio não incomoda os servos da guerra
Que resumem em números as mortes deixadas pra trás,
Que deixam em chamas o alvo escolhido
E transformam em ruínas o caminho trilhado
O brilho da glória escurece a visão
Que "justifica" a incoerência de um povo cego
Há ultrapassar barreiras, há conquistar fronteiras
Em nome de uma ordem unilateral
O medo da morte paralisa a ação
Que "justifica" a fragilidade de um povo fraco
A deixar de lutar, a se entregar
Pela esperança da vida em uma guerra perdida
A se ajoelharem diante do poder
Em honra ao "mérito"
De não serem as próximas
Vítimas da história
A se ajoelharem diante da história
Em honra ao "mérito"
De não serem os alvos
Da ostentação do poder
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Luana
E no suado da andança cabisbaixa
Cansado ia eu na dormida do Sol
Quando uma flor luzente se brilhou
No pedido do que eu tinha falta
Luana de terra outra também é
Uma flor sonhante campestre
Desterrada na lonjura de casa
Sofrendo uma dor solitária
Desta flor iluminei-me por tempo pouco
Até sua ida que se fez em sumir
Em frente a cruz da morada de Deus
Virei-me então a partir,
A sorrir
João da Terra Outra
Cansado ia eu na dormida do Sol
Quando uma flor luzente se brilhou
No pedido do que eu tinha falta
Luana de terra outra também é
Uma flor sonhante campestre
Desterrada na lonjura de casa
Sofrendo uma dor solitária
Desta flor iluminei-me por tempo pouco
Até sua ida que se fez em sumir
Em frente a cruz da morada de Deus
Virei-me então a partir,
A sorrir
João da Terra Outra
O gosto do sangue
Eis o fim da revolução
Somos índios pelados dançando na chuva
que apaga os últimos vestígios de fumaça
O gosto do sangue simboliza a vitória
De quem pode sorrir ao ver as pedras
que encobrem as flores
De quem pode sorrir ao ver as pedras
que encobrem as flores
O cisne olha indiferente a reunião dos abutres
Em volta do corpo inerte
(de quem não mais lhe servirá migalhas)
Em volta do corpo inerte
(de quem não mais lhe servirá migalhas)
Eis o início da revolução
terça-feira, 18 de maio de 2010
Nastássia Filíppovna
a melhor personagem de todos os tempos, pelo mestre Dostô.
...Ele ficou perplexo e, mal começou a falar com ela, logo viu que estava perdendo o seu latim, que tinha de abandonar a entonação, a lógica e os objetos daquelas agradáveis conversas tão bem sucedias até então, tudo, tudo! Pois viu diante dele, sentada, uma mulher inteiramente outra, e não absolutamente aquela moça...
... E essa nova mulher demonstrou, em primeiro lugar, conhecer e compreender muito – mas muito! – da vida e do mundo, e conhecer tanto que uma pessoa se maravilharia em saber onde e como tomara tanto conhecimento e atingira idéias definitivas. (Na certa, não na sua biblioteca para moças!) E o que é mais, sabia mesmo o aspecto legal de certas coisas e tinha um conhecimento categórico, se não do mundo, pelo menos de como as coisas são feitas no mundo. Em segundo lugar, não possuía mais o mesmo caráter de antigamente. Não havia nada de timidez nem da incerteza da menina do colégio, uma vez fascinante em sua original simplicidade tão jovial, outras vezes melancólica e sonhadora, estupefata e desconfiada, lacrimosa e difícil.
Sim, era uma nova e surpreendente criatura que ria no rosto dele e lhe atirava venenosos sarcasmos...
...Evidentemente, além de tudo isso, ainda havia mais qualquer outra coisa; o prenúncio já de um fermento caótico em trabalho no seu espírito e no seu coração, prenúncio esse transformado em um insaciável e exagerado paroxismo de desprezo; enfim, algo altamente ridículo e inadmissível na alta sociedade e prestes a prejudicar qualquer homem bem-educado.
Como não dava valor a coisa alguma e, muito menos, a si própria (era preciso muita inteligência e visão, em um mundano cético e totalmente cínico como ele, para perceber que ela havia desde muito deixado de se importar com o próprio futuro e de acreditar na valia de tal sentimento), Nastássia Filíppovna era mulher para enfrentar a ruína sem esperança, e até a própria desgraça, a prisão e a Sibéria...
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Sanidade e loucura
Por fora do moinho a aparência tenra
De um homem que omiti, mas não engana.
A verdade fabula que quer encontro
Que lhe foge a toda vez que lhe despertam
Que certeza tenho nessa loteria?
Fora a tal angustia?
Achou no ganhar o recreio da vida e o gozo da certeza
Que lhe exaltou a paralisar o tempo
E tem ao pulso a fantasia sublime
Que lhe foge a toda vez que lhe despertam
Viu que a certeza é que tudo se ergue
E que a queda é sombra desta
Sanidade que vem,
Loucura também
Possuo dois caminhos em que nada tenho
Realidade vem,
Surrealismo também
Caminho em nada que possuo dentre ambas
Tem teus sentidos, ansiedades, vontades, tuas neuras,
mas nunca a certeza maior, sobre o todo e você, do certo ou errado.
Vive e é presente, e é pulsante, mas nada sabe quando dorme, se está ou não tão vivo, a que motivo corre feito louco. Faz tanta força pra que o todo te dê sentido e a inteligência lhe prove algo.
E o encontro está marcado com a pendência
Sobre o tamanho de existir, ser e ter padecer.
Que lhe rasgou a esperança da certeza.
E com defronte ao espelho foi tratar de entender
Se tudo o que refletia era verdade,
E se o certo ou errado consistia em quê?
Na sanidade que vem
Ou na loucura também
...
De um homem que omiti, mas não engana.
A verdade fabula que quer encontro
Que lhe foge a toda vez que lhe despertam
Que certeza tenho nessa loteria?
Fora a tal angustia?
Achou no ganhar o recreio da vida e o gozo da certeza
Que lhe exaltou a paralisar o tempo
E tem ao pulso a fantasia sublime
Que lhe foge a toda vez que lhe despertam
Viu que a certeza é que tudo se ergue
E que a queda é sombra desta
Sanidade que vem,
Loucura também
Possuo dois caminhos em que nada tenho
Realidade vem,
Surrealismo também
Caminho em nada que possuo dentre ambas
Tem teus sentidos, ansiedades, vontades, tuas neuras,
mas nunca a certeza maior, sobre o todo e você, do certo ou errado.
Vive e é presente, e é pulsante, mas nada sabe quando dorme, se está ou não tão vivo, a que motivo corre feito louco. Faz tanta força pra que o todo te dê sentido e a inteligência lhe prove algo.
E o encontro está marcado com a pendência
Sobre o tamanho de existir, ser e ter padecer.
Que lhe rasgou a esperança da certeza.
E com defronte ao espelho foi tratar de entender
Se tudo o que refletia era verdade,
E se o certo ou errado consistia em quê?
Na sanidade que vem
Ou na loucura também
...
Fora das palavras
A sorte não existe quando as ações não sobressaem sobre as mazelas.
Tem medo...tem, eu temo as vidas de agora...
Os braços meus estão quebrados quando o senso não compete só a minha pessoa.
Veja bem, o circulo de dúvidas, que é um coletivo de disputas.
Será sorte de alguns nascerem ricos e azar de todos não terem nada?
Explica alguém, explica-me a cabeça humana...
O céu esta de portas fechadas, vamos enfatizar aqui as coisas boas.
Não tem lei moral. Pense que a bondade é um principio para toda harmonia.
Tô vivendo o caso único de pensar onde andará a benfazeja.
Onde me enquadro eu, pequena peça, que não quer disputar a existência. O que nos difere?
Será o pecado original nossa sentença, ou mera desculpa sobre as ações que usurpam da vida?
Não diga nada, eu só quero ver o quanto você é parte verdadeira, mostra-me você.
Na transparência das ações que imprime você fora das palavras.
Abalo
Tem medo...tem, eu temo as vidas de agora...
Os braços meus estão quebrados quando o senso não compete só a minha pessoa.
Veja bem, o circulo de dúvidas, que é um coletivo de disputas.
Será sorte de alguns nascerem ricos e azar de todos não terem nada?
Explica alguém, explica-me a cabeça humana...
O céu esta de portas fechadas, vamos enfatizar aqui as coisas boas.
Não tem lei moral. Pense que a bondade é um principio para toda harmonia.
Tô vivendo o caso único de pensar onde andará a benfazeja.
Onde me enquadro eu, pequena peça, que não quer disputar a existência. O que nos difere?
Será o pecado original nossa sentença, ou mera desculpa sobre as ações que usurpam da vida?
Não diga nada, eu só quero ver o quanto você é parte verdadeira, mostra-me você.
Na transparência das ações que imprime você fora das palavras.
Abalo
Artistas do circo da vida
Somos os artistas do circo da vida
Equilibramo-nos na corda do tempo e no trapézio dos sonhos
E estamos sujeitos a perder a cabeça
Na mágica do cotidiano
Olha quem está ali
Na gaiola dos bichos
É o homem o animal
O mártir a luta e o palco
Será que o poço é o passo pra evoluir?
E os palhaços quem são?
Somos os artistas da tragédia da vida
No trapézio e nos tombos
Perdemos a cabeça.
Distingo o ser feliz
Palhaço é seu nome
Sou eu em ti
São todos em mim
A equilibrar-se aos sonhos
A equilibrar-se aos tombos
Um montante...
Aos tombos.
Abalo
Equilibramo-nos na corda do tempo e no trapézio dos sonhos
E estamos sujeitos a perder a cabeça
Na mágica do cotidiano
Olha quem está ali
Na gaiola dos bichos
É o homem o animal
O mártir a luta e o palco
Será que o poço é o passo pra evoluir?
E os palhaços quem são?
Somos os artistas da tragédia da vida
No trapézio e nos tombos
Perdemos a cabeça.
Distingo o ser feliz
Palhaço é seu nome
Sou eu em ti
São todos em mim
A equilibrar-se aos sonhos
A equilibrar-se aos tombos
Um montante...
Aos tombos.
Abalo
O bom aniquilado
As coisas boas o homem aniquila.
Do que vale o conhecimento que beira a perfeição,
Que abrange tudo e recai ao nada?
Impulsionado,
Impulsionado pelo promiscuo prazer.
O homem é o feto pasmo, pai de anomalias.
Nada mais poderemos ver;
Escureceu-me as vistas, a vida.
Trocaram o verde pelo cinza.
Como respirar?
Estão matando diversas vidas.
Quem se importa?
É sua casa, não quer cuidar.
É nossa Terra corroída.
Me lembro bem: Quando menino
Eu sonhava alcançar as nuvens,
Tenho medo de não vê-las mais;
Eu só sonhava...
Era tudo poesia...
Eu antigamente era verdade,
Logo mais a frente é desalento.
É nascer e contemplar a luta.
Desse asfalto nascem flores
Ei-las: são lindas...
Abalo
Do que vale o conhecimento que beira a perfeição,
Que abrange tudo e recai ao nada?
Impulsionado,
Impulsionado pelo promiscuo prazer.
O homem é o feto pasmo, pai de anomalias.
Nada mais poderemos ver;
Escureceu-me as vistas, a vida.
Trocaram o verde pelo cinza.
Como respirar?
Estão matando diversas vidas.
Quem se importa?
É sua casa, não quer cuidar.
É nossa Terra corroída.
Me lembro bem: Quando menino
Eu sonhava alcançar as nuvens,
Tenho medo de não vê-las mais;
Eu só sonhava...
Era tudo poesia...
Eu antigamente era verdade,
Logo mais a frente é desalento.
É nascer e contemplar a luta.
Desse asfalto nascem flores
Ei-las: são lindas...
Abalo
segunda-feira, 1 de março de 2010
Lodo
O castigo sobre o corpo
Saudando os mortos de sangue quente
Puxando os julgados à derrota
O comodismo humano se farta num banquete de indiferença e a ação morre atrofiada.
A carne sem alma como castigo
A passividade não se incomoda com seu estado mórbido sujeitado ao caráter austero da realidade, nem mesmo quando o meio cospe em sua cara seus próprios demônios.
Brindemos ao lodo que afunda a relva da natureza humana até o caule
Fazendo o âmago ceder ao triunfo da morte,
Que às vezes vem fechar os olhos da dor,
Salvando o inseparável sofrimento do seu manto apático.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Utopia
Alimenta o fogo do encanto às fagulhas,
Somente às fagulhas
E (in)displicente você demonstra seu desprezo,
Da maneira que somente os livres deste amor entendem o recado
A esperança sugere prazer ao sofrimento
E mantém faíscas internas que não apagam e nem viram chamas,
Mas por vezes explodem
Explodem em dor que somente o cego de amor suporta
E volta a ti munido de encanto, esperança e fagulhas
Que não apagam e nem viram chamas
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Amplidões desérticas
Não há vitória,
Não há final,
Tudo o que existe são perspectivas nulas
Um deserto de esperas eternas
A máquina acorrentou suas amplidões!
Suspire por outro ato indiferente:
Erga os braços, estique as mãos
E toque o vazio gelado
Sinta o abraço frio do nada
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